Utilizando um Estereomicroscópio para observar folhas. |
Acredite se quiser, hoje vou falar sobre o caso da cantora brasileira Anitta e uma suposta fraude sob a musica Envolver, no aplicativo Spotify.
A suposta denúncia, partiu de um grupo/blogueiro americano (EUA), que disse o seguinte: ‘Anitta fez uma musica destinada a americanos, mas 80% dos ouvintes são brasileiros, esse recorde tem real suposição de fraude’. Concomitantemente a isso, milhares de brasileiros compraram a história, e diversos sites brasileiros estão usando os termos para a cantora: fraude, Anitta é acusada, trapaça, … e por ai vai.
Mas até chegar esta linkage entre o caso Anitta e a ciência brasileira, vamos transitar em algum pontos importantíssimos…
Mas até chegar esta linkage entre o caso Anitta e a ciência brasileira, vamos transitar em algum pontos importantíssimos…
O primeiro a voar
Todos nós brasileiros já ouvimos falar em Santos Dumont, o nosso famoso pai da aviação. Nós sabemos que ele desenvolveu e pilotou o primeiro avião motorizado (além disso, ele criou o chuveiro de água quente, ultraleve, dirigível e relógio de pulso), mas no mundo, muitos países, principalmente os Estados Unidos, tentam retirar esse mérito brasileiro, colocando como os irmãos Wright (dois americanos), como os primeiros homens a pilotarem um avião.
Negação a ciência e caso COVID-19
Mas a cultura de rebaixar os cientistas pesquisadores brasileiros, não vem apenas de fora para dentro, mas os próprios brasileiros desmerecem a própria ciência, tente relembrar (ou dê um Google), em que representantes do estados trataram a ciência brasileira como: “balburdia”, não trabalham, ficam só fazendo arruaça, maconheiros, …
Junto a essas falas, vieram importantíssimos cortes em bolsas e projetos de pesquisa. E o auge da ‘balburdia’, foi o próprio governo não ouvir a ciência nacional, e ficar espalhando remédio para parasitas e pra tratamento de artrite reumatoide, sendo que a COVID-19 se tratava de um vírus. Mas não vamos nos aprofundar nisso, pois da até uma ‘leseira’.
Mesmo com toda essa negação, a ciência brasileira não parou. Muitos esforços para buscar tratamentos, entender caso a caso e conhecer como os super idosos sobreviveram ao vírus, foi foco de centenas de cientistas, principalmente mulheres. As vezes, assistíamos algum noticiário mostrando essas informações, mas sempre jogo rápido. O que importava, era como a Europa estava lidando com o caso, e quantos americanos negacionistas morriam por não se vacinar.
Nos bastidores, mas nem tão bastidores, cientistas nacionais estavam trocando informações e fazendo muita ciência.
Por fim, e não menos importante, temos diversos casos de desmerecimento aos cientistas nacionais, um exemplo (no qual não citarei nomes nem o real caso, para evitar processo), uma cientista brasileira viveu sua vida inteira falando em seus artigos, palestras e aulas, que uma determinada estrutura vegetal tinha origem num determinado ponto, mas ninguém, inclusive brasileiros, acreditavam nela. A cientista morreu, e anos depois (poucos por sinal), um cientista americano publicou artigo e falou exatamente o que ela falava, pasme… o mundo está aceitando a visão dele, e os brasileiros começaram a aplaudir de pé essa 'descoberta'. Aqui adentramos no tema seguinte...
Junto a essas falas, vieram importantíssimos cortes em bolsas e projetos de pesquisa. E o auge da ‘balburdia’, foi o próprio governo não ouvir a ciência nacional, e ficar espalhando remédio para parasitas e pra tratamento de artrite reumatoide, sendo que a COVID-19 se tratava de um vírus. Mas não vamos nos aprofundar nisso, pois da até uma ‘leseira’.
Mesmo com toda essa negação, a ciência brasileira não parou. Muitos esforços para buscar tratamentos, entender caso a caso e conhecer como os super idosos sobreviveram ao vírus, foi foco de centenas de cientistas, principalmente mulheres. As vezes, assistíamos algum noticiário mostrando essas informações, mas sempre jogo rápido. O que importava, era como a Europa estava lidando com o caso, e quantos americanos negacionistas morriam por não se vacinar.
Nos bastidores, mas nem tão bastidores, cientistas nacionais estavam trocando informações e fazendo muita ciência.
Por fim, e não menos importante, temos diversos casos de desmerecimento aos cientistas nacionais, um exemplo (no qual não citarei nomes nem o real caso, para evitar processo), uma cientista brasileira viveu sua vida inteira falando em seus artigos, palestras e aulas, que uma determinada estrutura vegetal tinha origem num determinado ponto, mas ninguém, inclusive brasileiros, acreditavam nela. A cientista morreu, e anos depois (poucos por sinal), um cientista americano publicou artigo e falou exatamente o que ela falava, pasme… o mundo está aceitando a visão dele, e os brasileiros começaram a aplaudir de pé essa 'descoberta'. Aqui adentramos no tema seguinte...
A repulsa às mulheres e ciência nacional
Muito mais grave que a recusa a ciência nacional, e o real potencial dos cientistas brasileiros de construírem coisas incríveis, desenvolverem teorias e aplicar projetos globais, as mulheres são as maiores vítimas do preconceito e machismo nacional e internacional.
Na minha vida acadêmica e profissional, tenho convivido com mulheres brilhantes, e muitas vezes eu fico embasbacado com tamanha sapiência e desenvoltura, e fico me imaginando como pode uma sociedade não ver isso.
Um problema histórico e global, não é verdade? Oras, é mais fácil dizer que dois homens descobriram e destrincharam sozinhos que o DNA possuía dupla hélice, do que uma britânica, mulher, cientista (Rosalind Elsie Franklin), viesse a contribuir signicativamente e muito nesse desvendar – e em imaginar que ela só foi descoberta, pois um nobel fez um comentário machista que trouxe a tona essa realidade.
Na minha vida acadêmica e profissional, tenho convivido com mulheres brilhantes, e muitas vezes eu fico embasbacado com tamanha sapiência e desenvoltura, e fico me imaginando como pode uma sociedade não ver isso.
Um problema histórico e global, não é verdade? Oras, é mais fácil dizer que dois homens descobriram e destrincharam sozinhos que o DNA possuía dupla hélice, do que uma britânica, mulher, cientista (Rosalind Elsie Franklin), viesse a contribuir signicativamente e muito nesse desvendar – e em imaginar que ela só foi descoberta, pois um nobel fez um comentário machista que trouxe a tona essa realidade.
Outro caso a relembramos, são as bruxas. As mulheres ditas bruxas no nosso passado não muito distante, eram meramente mulheres curandeiras, com habilidades para produzir chás eficientes, que dirá se fosse uma cientista. Mulher que se mete a desbravar o mundo, é uma bruxa, portanto, queimada viva, apedrejada, etc.
Retomando ao caso Anitta
Mas o que isso tudo tem haver com o caso da Anitta. Oras, como uma cantora brasileira, que possui apenas 61 milhões de seguidores no Instagram, 7 milhões no Spotify (desses 6 milhões são brasileiros), consegue alcançar 6 milhões de audições da musica Envolver? Ela não é americana, nem europeia, como ela consegue alcançar o mundo? Impossível.
Pessoal, até quem não a ouve Anitta, foi conferir – eu fiz isso, e realmente gostei da musica.
Precisamos entender uma coisa desde já, o mundo não reconhece o Brasil como uma potência (quisá saber onde fica o Brasil no globo terrestre), tanto no âmbito cultural (musica, cinema – você já viu brasileiro ganhar um Oscar da academia americana de artes?), como ciência.
E nós, brasileiros, devemos aprender a parar com esse minimalismo brasileiro, sim, nós temos capacidades de construir, desenvolver e formar novos projetos, conceitos, ferramentas, … e levar nossas musicas, filmes, novelas, artes culturais, para todo o globo. Nós já fazemos isso, o grande problema, é que fingimos não fazer.
Do mesmo modo como eu acredito no trabalho e alcance da cantora Anitta, eu vejo muitos brasileiros criando coisas maravilhosas, o grande X da questão é, até quando vamos deixar o nosso povo e nossos representantes, rebaixarem nossa cultura e desvalorizarem a nossa ciência?
Pessoal, até quem não a ouve Anitta, foi conferir – eu fiz isso, e realmente gostei da musica.
Precisamos entender uma coisa desde já, o mundo não reconhece o Brasil como uma potência (quisá saber onde fica o Brasil no globo terrestre), tanto no âmbito cultural (musica, cinema – você já viu brasileiro ganhar um Oscar da academia americana de artes?), como ciência.
E nós, brasileiros, devemos aprender a parar com esse minimalismo brasileiro, sim, nós temos capacidades de construir, desenvolver e formar novos projetos, conceitos, ferramentas, … e levar nossas musicas, filmes, novelas, artes culturais, para todo o globo. Nós já fazemos isso, o grande problema, é que fingimos não fazer.
Do mesmo modo como eu acredito no trabalho e alcance da cantora Anitta, eu vejo muitos brasileiros criando coisas maravilhosas, o grande X da questão é, até quando vamos deixar o nosso povo e nossos representantes, rebaixarem nossa cultura e desvalorizarem a nossa ciência?
Desabafo feito, e vida que segue.
Forte abraço ;)
Excelente publicação . Concordo plenamente . Obrigado mesmo
ResponderExcluirAbraço
Olá Marina,
ExcluirFico feliz em contar com seu apoio ;)
Santos Dumont é o "culpado" pelo meu vício Cartier.
ResponderExcluirRelógio, jóias, óculos escuros, perfume, tenho tudo Cartier Santos.
Abraço
Olá Pedro, tudo bem?
ExcluirOs produtos são ótimos mesmo, mas aqui no Brasil, precisaríamos vender uma casa ora comprar qualquer coisa deles hehhe.
Muito obrigado pela sua visita.
Forte abraço
Amei essa publicação pois tudo que vc falou é a pura realidade.
ResponderExcluirParabéns calebe👏👏
Olá, muito obrigado pelo seu feedback, fico feliz que tenha corroborado.
ExcluirBem colocado Calebe, abraço
ResponderExcluirMuito obrigado
ExcluirExcelente texto, parabéns Caleb!
ResponderExcluirMuito obrigado
ExcluirGostei do texto. Parabéns
ResponderExcluirBoa noite
Boa noite :D
ExcluirBoa noite meu amigo Calebe. Parabéns pelo seu trabalho maravilhoso. Se um dia vier ao Rio, quem sabe te levo na Casa de Santos Dumont em Petrópolis? Na sua cidade natal "Santos Dumont MG" tem um 14-bis na entrada da cidade.
ResponderExcluirQuem sabe um dia realizamos este feito ;)
ExcluirForte abraço
Excelente reflexão, sabe que sinto que em relação a nós portugueses é a mesma coisa, que não somos devidamente considerados, já aqui ao lado, os nossos vizinhos espanhóis são conhecidos e admirados em todo o mundo.
ResponderExcluirUm grande abraço
Não é a primeira vez que ouço sobre isso. A lembrar, que o pão francês, foi invenção portuguesa. As nações com o nosso idioma sobre um certo preconceito, verdadeiramente.
ExcluirEm Portugal existe esse mesmo sentimento em relação aos cientistas, pintores, cantores etc nacionais. Se por acaso forem premiados no estrangeiro, então passam a ser excepcionais no nosso país!!!
ResponderExcluirxoxo
marisasclosetblog.com
Olá Marisa, a Maria acaba de citar o mesmo, sobre o que nossas pátrias irmãs sofrem.
ResponderExcluirMuito obrigado pela sua visita,
Forte abraço