A capacidade de voar no auxílio a dispersão de sementes

Sementes aladas de Apocynaceae (Asclepias curassavica L.)

Quem nunca se imaginou voando, sentindo a passagem do ar sob o rosto, se elevando a um pondo de vislumbrar as belezas naturais, de uma forma diferente, com um pássaro, um inseto voador. A humanidade sempre busca esse poder, como nos livros (anjos, espíritos errantes), os super-heróis, e nas criações (aviões, helicópteros, ...).

As plantas, que não possuem a nossa capacidade de imaginar, desenvolveram algumas peculiaridades, na polinização com auxílio do vento, e na dispersão das sementes (da mesma forma). Mas será que, uma semente de abacate (parecida com uma bola de beisebol, pesada), consegue alcançar longas distâncias só com o vento? Não, por isso, algumas plantas desenvolveram mecanismos incríveis.

As sementes ditas aladas, aquelas com capacidade de “voar” (ou melhor, usar a força do vento para planar e alcançar distancias imensuráveis), possuem algumas características peculiares, como baixo peso, construção de películas que lembram asas, entre outras.

Ai você imagina que são poucas espécies, e se depara com o inverso, existem muitas, só como exemplo, das famílias mais comuns que usam este mecanismo, temos as Bignoniaceae como os Ipês e Jacarandás, Fabaceae (como do gênero Machaerium), as Asteraceae (Dente-de-leão - Foto ao lado), além das Apocynaceae (Algodãozinho-do-campo, Erva-do-mato), Orchidaceae (orquídeas), Bromeliaceae (bromélias) ... Só para você entender o que isso significa, cada família comporta centenas ou milhares de espécies diferentes de plantas, só neste parágrafo, falamos de algumas famílias, e há mais.

Sementes aladas de Asteraceae.

Qual a importância de se entender essa característica dos vegetais? A dispersão das sementes, é uma forma de garantir que sua prole cresça em longa distância, eleve a variabilidade genética e auxilie na perpetuação das espécies. Quando vamos realizar um trabalho de recuperação de área degradada, deve-se levar em consideração esses importantes vegetais na reconstrução vegetal, além do auxílio dos animais na dispersão de sementes.

Sementes de Jacaranda mimosifolia (Bignoniaceae)

Outrossim, também precisamos entender, que espécies exóticas como o Pinus, podem dispersar suas sementes, degradando áreas importantes. Vale entender que uma espécie exótica, pode alterar a qualidade ambiental, e quando ela possui a capacidade de se distribuir no ambiente roubando o espaço das espécies nativas, pode ser considerada como espécie Exótica Invasora. Quando vamos plantar um vegetal, precisamos entender suas características e importância ambiental, e evitar danos, muitas vezes, irreparáveis.