domingo, 10 de maio de 2020

Bioestatística: Vamos aprender um pouco sobre o Índice de Shannon


(Vá até o final do post, para ver o link de download da tabela)

Iniciamos este post com uma breve introdução sobre o Índice de Diversidade Biológica, denominado de Índice de Shannon. A entender, na avaliação ambiental, tanto para pesquisa ou trabalhos técnicos, necessita-se de dados estatísticos que vêm a ilustrar se uma determinada área está ou não preservada, com mais ou menos diversidade, riqueza, etc…
Mesmo que o profissional seja altamente especializado em inventario, licenciamento ambiental,... não basta apenas olhar para uma área e dizer se ela está ou não preservada e qual seu estágio de preservação (Seria o mesmo que tomar a água de um rio, sem saber se ele está potável, arriscando a própria saúde). Dados técnicos, teóricos e estatísticos precisam ser avaliados e comparados, para se ter uma melhor visão da área.
A fórmula estatística do Índice de Shannon foi publicada por Shannon e Wiener em 1949, sendo até hoje amplamente utilizada. Podemos dizer que isso ocorre pela sua praticidade e ou força do hábito. Falando assim parece até que estamos desmerecendo o indicador, porém, muitos autores questionam o índice desenvolvido há 72 anos, apresentando outras opções mais confiáveis, todavia… acabam sempre usando o Índice de Shannon como um parâmetro de: minha fórmula é melhor que ela.

Numa forma bem básica, esse indicador pode auxiliar no entendimento de qual área está mais preservada, porém, para se chegar a qualquer conclusão, além dos dados apresentados, há mais fatores como: tipo de vegetação, terreno, bioma, … Outrossim, para avaliar a diversidade de uma área, precisa comparar os dados, exemplo: Parcela 1 versus parcela 2.

Supomos então uma área, nela faz-se 2 parcelas de 20 m², uma distante da outra, mas ambas com a mesma tipo de vegetação, clima, etc… No calculo final do Índice de Shannon, a parcela 1 teve índice H’ = 2,4 e a parcela 2 teve H’ = 1,7. Verificando essas informações, entende-se que nessa área, a parcela 1 está mais preservada que a parcela 2. Vale salientar, que os valores geralmente entornam entre 1,5 e 3,5.
Veja como funciona o calculo:
- Primeiro, precisa saber o número total de indivíduos catalogados [
N];
- Após, separa-se as espécies, e soma quantos indivíduos cada espécie apresentou [
n];

Com esses dados, faz-se para cada espécie, as divisões:
*1 - Número de indivíduos encontrado da espécie / dividido por / número total de indivíduos catalogado [
Pi = n/N];
*2 - ln(Número de indivíduos encontrado da espécie / dividido por / número total de indivíduos catalogado) [
ln(Pi)];

Então, soma-se todos os resultados de *1 pós, soma-se todos os resultados de *2.
Por fim, multiplica-se *1 por *2, e se terá o valor de Shannon.
H’ = Pi * ln(Pi), melhor representado na imagem:
Fórmula do Índice de Shannon

Achou difícil? Então, vamos descomplicar. Conforme apresentado no vídeo vinculado a este post, e publicado no Youtube, preparei uma tabela que faz todo esse calculo sozinho.


Essa tabela foi desenvolvida em três softwares (programas), LibreOffice Calc, Microsoft Office Excel e Google Sheets.

Na tabela, para se calcular o Índice de Shannon, basta copiar a sua lista de indivíduos a ser avaliada, e colar na área destinada da tabela (assista ao vídeo para entender melhor). Nas áreas de cálculos, quando necessário, deve-se 'puxar' a lista de comando, na área de Espécies encontradas, indivíduos (n), n/N, ln(n/N) e n/N*ln(n/N) - esse detalhe, é melhor a partir dos minutos 9:25 do vídeo.

Detalhes das tabelas.
Detalhes da tabela, apresentada no vídeo.

Para copiar a tabela no Google Sheets para você, basta ir em Arquivo > Fazer Cópia (veja imagem abaixo):

Copia Googel Sheets
Ilustração de como copiar a tabela do Google Sheets.

E conforme prometido, segue o link para o download (Após download, basta descompactar os arquivos do .zip):

Tamanho do arquivo: 55 kg. Formato .zip

Caso surja alguma dúvida, fique a vontade para comentar.

Faça bom proveito ;)

Referencias bibliográficas citadas no vídeo/artigo

DE FREITAS, W. K.; MAGALHÃES, L. M. S. Métodos e parâmetros para estudo da vegetação com ênfase no estado arbóreo. Floresta e Ambiente. 2012, n. 19(4), p. 520-540.

DIAS, S. C. Planejando estudos de diversidade e riqueza: uma abordagem para estudantes de graduação. Acta Scientiarum. Biological Sciences. Maringá, v. 26, no. 4, p. 373-379, 2004.

DOS SANTOS, C. S. et al. Levantamento florístico e fitossociológico de um fragmento florestal no município de Faxinal dos Guedes, SC. Unoesc & Ciência - ACET, 3(1), 7-22.

MAGURRAN, A. E. Medindo a diversidade biológica. Curitiba: Ed. Da UFPR, 2013.
ODUM, E. P. Ecologia. Traducido por Carlos Gerhard Ottenwaelder. 3. ed. México, DF: Interamericana, 1972. 639 p.

Um comentário:

  1. Eu adorei, super aprendi e entendi, mas fiquei pensando em umas coisas se eu tentar usar esse índice em dados de fenologia, criando categorias para as minhas atividades fenológicas observadas, como lido com fator tempo para aplicar nessa formula? consigo calcular o índice para populações observada no mês 1, mas como fica os meses seguintes?

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