Na natureza, muitas espécies de seres vivos desenvolveram estratégias de sobrevivência diversificada, e na obtenção do alimento não diferem. Algum seres são vegetarianos, no caso, comem plantas, outros carnívoros, no caso de muitos animais, fungos, bactérias, ... e algumas plantas, outros comem de tudo, e alguns sugam seu alimento de outros indivíduos, os parasitas.
Mas, é errôneo pensar que um parasita não precisa trabalhar sua criatividade para poder se alimentar. Isto é, todo ser vivo desenvolve estratégias para se defender dessas ‘ameaças’. Vamos a um exemplo ‘chocante’:
Uma planta que rouba o DNA
Mas como já citado, os parasitas que são indivíduos que obtém seus nutrientes sugando dos outros, têm desenvolvido diversas estratégias de não serem detectados, e uma delas chamou a atenção de cientistas, onde observaram algumas espécies de plantas holoparasitas (plantas que não realizam fotossíntese e sugam os nutrientes de outras plantas) do gênero Cuscuta (Família Convolvulaceae), mais detalhado sobre a espécie Cuscuta campestris Yunck. Observou-se que esses vegetais ‘roubam’ o DNA da planta hospedada para si, e assim, utilizavam o código genético para enganar a planta hospedada, sendo o artigo publicado em 2019 na revista Nature. E mais, traços desses códigos genéticos já estão presente na linhagem das plantas, sendo compartilhada com as novas gerações.
Mas, é errôneo pensar que um parasita não precisa trabalhar sua criatividade para poder se alimentar. Isto é, todo ser vivo desenvolve estratégias para se defender dessas ‘ameaças’. Vamos a um exemplo ‘chocante’:
Quando uma mulher engravida, o feto que se desenvolve no útero dela é considerado um corpo estranho. Para que este corpo estranho não seja aniquilado, o organismo da mãe libera hormônios sinalizadores que não permitem que o bebe seja atacado. Outrossim, o bebe, para se alimentar e suprir suas necessidades, recebe os recursos pelo cordão umbilical, que é separado da mãe quando nasce, portanto, esse bebê poderia ser considerado um ‘parasita’ durante a gestação.Diferentemente de um feto, que é a garantia da perpetuação da própria espécie, um parasita é na verdade, uma espécie que penetra (como o cordão umbilical) outra para poder se alimentar, levando, ou não, a morte deste indivíduo. Mas como são organismos diferentes, facilmente é detectado, e o indivíduo hospedado pode começar a criar um exército de defesa para arrancar ou matar seu inquilino indesejado.
Uma planta que rouba o DNA
Cuscuta campestris - Planície Costeira, Israel. Shlomit Heymann© fonte da obtenção: Royal Botanic Gardens, Kew. |
Mas como já citado, os parasitas que são indivíduos que obtém seus nutrientes sugando dos outros, têm desenvolvido diversas estratégias de não serem detectados, e uma delas chamou a atenção de cientistas, onde observaram algumas espécies de plantas holoparasitas (plantas que não realizam fotossíntese e sugam os nutrientes de outras plantas) do gênero Cuscuta (Família Convolvulaceae), mais detalhado sobre a espécie Cuscuta campestris Yunck. Observou-se que esses vegetais ‘roubam’ o DNA da planta hospedada para si, e assim, utilizavam o código genético para enganar a planta hospedada, sendo o artigo publicado em 2019 na revista Nature. E mais, traços desses códigos genéticos já estão presente na linhagem das plantas, sendo compartilhada com as novas gerações.
Isto é, a planta holoparasita ao penetrar na planta hospedada, obtém alguns dados genéticos e os transferem para seu DNA, pós, reproduz mensageiros (mRNA) que se comunicam com a planta hospedada e assim, não encontra barreiras para obter seiva elaborada para sua subsistência. E como citado no post do Roberto Lei (2019), a espécie estudada (C. campestris) como as demais deste gênero, podem atingir também a agricultura.
Quando há um parasitismo em uma planta, ela passa a ter menos recursos para desenvolvimento, ou frutificação. Ao haver parasitismo na agricultura, há perda de produção, automaticamente, danos ao agricultor. E conhecer as reações, ações e interações ecológicas, possibilita numa melhor resposta a possível ‘ataques’ e prevenção de desenvolvimento de pragas, e para isso, deve-se sempre investir em conhecimento e pesquisa.
Vale ressaltar que este gênero ocorre também no Brasil, e a espécie do estudo citado, foi naturalizada (não nativa), e pode ser observada entre Santa Catarina (sul) e Goiás (centro-oeste) - "Muitas vezes o material brasileiro está identificado como Cuscuta pentagona Engelm" -, apesar de ser considerado que não há presença pelo Kew Science.
Quando há um parasitismo em uma planta, ela passa a ter menos recursos para desenvolvimento, ou frutificação. Ao haver parasitismo na agricultura, há perda de produção, automaticamente, danos ao agricultor. E conhecer as reações, ações e interações ecológicas, possibilita numa melhor resposta a possível ‘ataques’ e prevenção de desenvolvimento de pragas, e para isso, deve-se sempre investir em conhecimento e pesquisa.
Vale ressaltar que este gênero ocorre também no Brasil, e a espécie do estudo citado, foi naturalizada (não nativa), e pode ser observada entre Santa Catarina (sul) e Goiás (centro-oeste) - "Muitas vezes o material brasileiro está identificado como Cuscuta pentagona Engelm" -, apesar de ser considerado que não há presença pelo Kew Science.
Finalizando
Se você encontrar uma planta parasita do gênero Cuscuta, lembre-se de quão esperta ela é, e como a natureza tem a nos surpreender com suas estratégias de sobrevivência, carregada por longos períodos evolutivos.
Se você encontrar uma planta parasita do gênero Cuscuta, lembre-se de quão esperta ela é, e como a natureza tem a nos surpreender com suas estratégias de sobrevivência, carregada por longos períodos evolutivos.
Mais dicas de leitura:
FERREIRA, p.p.a. 2020. Cuscuta in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB603279. Acesso em: 21 May 2021
Martins-da-Silva et al. Noções morfológicas e taxonômicas para identificação botânica. Brasília, DF : Embrapa, 2014. Disponível em http://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/992543/1/LivroIdentificacaoBotanica.pdf
ODUM, E. P. Ecologia. Traducido por Carlos Gerhard Ottenwaelder. 3. ed. México, DF: Interamericana, 1972. (Em Sebos, bibliotecas e livrarias, inclusive bem mais atuais)
As coisas e fatos que aqui se aprendem. Grato pela partilha. Maravilhosa forma de repartir e oferecer conhecimentos. O meu elogio..
ResponderExcluir.
Sábado feliz … abraço
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Muito obrigado pela visita Ricardo, tudo e bom pra vc ;)
ExcluirAprendi bastante com este post 👏👏
ResponderExcluirQue ótimo que tenha aprendido com o post, forte abraço ;D
ExcluirComo um filme "roubando DNA". Excelente e curioso artigo . Foi um novo aprendizado .
ResponderExcluirGrazie
Eu lia sobre o conteúdo em outros idiomas, mas nunca em português, ai decidi trazer ao povo desse idioma essa curiosidade.
ExcluirQue bom que gostou :D
Forte abralço
Não, Calebe, nunca ouvi falar em planta parasita que rouba o DNA, mas seu excelente post é bem informativo. É biólogo nota 10.
ResponderExcluirA referência à mulher que engravida e ao feto é muito interessante no contexto do post.
Abraço e boa semana.
Oi Céu, que bom que tenha apreciado, tenho tomado muito cuidado para ter clareza e objetividade nas falas.
ExcluirForte abraço.
Boa tarde Calebe. A erva-passarinho também é uma planta parasita certo? Ela suga a seiva e mata as outras árvores. Já vi muitos casos de plantas que secaram e morreram com a ação dela. Me corrija se eu estiver errado. Grande abraço meu amigo. Tenho amigos que se mudaram do Rio para Brusque.
ResponderExcluirOlá Luiz, exato, a erva passarinho é uma planta holoparasita (que vive da sucção dos nutrientes), e leva a morte do outro indivíduo. Essa semana foi citada num seminário online.
ExcluirForte abraço
Olá Calebe,
ResponderExcluirMuito interessante, desconhecia esta planta, estamos sempre a aprender.
Um grande abraço
Que bom que agregou saberes. :D
ExcluirForte abraço
Beautiful blog
ResponderExcluirThank you :D
ExcluirCalebe, passei para desejar uma excelente semana.
ResponderExcluirAbraços
Muito obrigado Maria, excelente semana pra você também, bjs.
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